Diabetes afeta também a circulação sanguínea

Diabetes afeta também a circulação sanguínea

Por Ricardo Brizzi – Angiologista e Cirurgião Vascular. É membro da Sociedade de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro. É um dos responsáveis pelo setor de cirurgia vascular e endovascular do Hospital Badim, do Hospital Israelita e Hospital Norte.

O Dia Mundial do Diabetes foi no último dia 14 de novembro, mas é sempre importante chamar atenção para a prevenção da doença que nos últimos 40 anos quadruplicou, e a pandemia do coronavírus deixou os números ainda mais assustadores. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, só neste ano, a doença foi responsável por 6,7 milhões de mortes em todo o mundo.

A diabetes acarreta vários problemas no funcionamento do corpo. Um deles é quanto a cicatrização. A Sociedade Brasileira de Diabetes informa que 31% das feridas complexas em nosso país resultam em complicações da alta taxa de açúcar no sangue. Aproximadamente 55 mil brasileiros perdem uma parte do corpo devido à doença.  Cerca de 70% das amputações no Brasil se devem à diabetes não controlada. A alta taxa de glicose no sangue leva a inúmeras alterações bioquímicas afetando principalmente a micro circulação sanguínea do portador da doença. O diabético tem afetado as circulações oculares, renal  e das extremidades. São os três pontos de maior acometimento.


Além da alteração circulatória, as pessoas com diabetes têm alterações sensitivas. Eles possuem pouca sensibilidade nas extremidades, tanto para estímulos dolorosos como para estímulos térmicos. Essas regiões acabam ficando mais propensas a traumas no dia a dia e com a circulação deficiente, a cicatrização é mais demorada. Essas alterações bioquímicas do sangue também afetam as células de defesa do organismo e a infecção no local é mais comum.


 Além de uma dieta rigorosa e uso de medicação, o exercício físico é importante para o controle das taxas. A pessoa deve caminhar no mínimo 20 a 40 minutos por dia, porém deve-se ficar atento aos pés. É importante o uso de sapatos adequados e confortáveis  que não machuquem a pele. Antes de iniciar o exercício, é importante passar a mão dentro do sapato para ver se não tem nenhum tipo de costura, para não machucar durante a caminhada.  Outra preocupação é com os cuidados com as unhas e cutícula dos pés diabéticos. Sempre procurar pessoas capacitadas para tratamento adequado, evitando machucados na região.


 A pessoa que possui diabetes nunca deve andar com os pés descalços, mesmo dentro de casa. Muito cuidado ao caminhar na praia, pois a temperatura da areia pode causar queimaduras. Cuidado também com banhos de mar, cachoeira e rio, pois há riscos de ferimentos. Em caso de lesão ou ferida, procurar imediatamente orientação médica. Com a doença controlada e com os cuidados necessários, o paciente pode ter uma vida normal.

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