Por Ana Paula Cony, nutricionista da Clinica Neurovida
O Dia Nacional do Diabetes, lembrado em 26 de junho, traz o alerta para o aumento de casos dessa doença em crianças e adolescentes, principalmente pelo consumo de alimentos industrializados e o comportamento sedentário, reforçado na pandemia.
A diabetes frequentemente é acompanhada pela obesidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2025, o número de crianças com sobrepeso e obesidade pode chegar a 75 milhões. Atualmente, dados apontam que pelo menos 41 milhões de menores com idade abaixo de cinco anos no mundo estão obesos.O combate a obesidade e a diabetes tipo 2, ligada a maus hábitos alimentares, está na prevenção. Nos primeiros anos de vida, a variedade e a forma com que os alimentos são oferecidos influenciam a formação do paladar e a relação da criança com a alimentação. A criança que come alimentos saudáveis e adequados quando pequena tem mais chances de se tornar uma pessoa adulta consciente e autônoma para fazer boas escolhas alimentares.
O ponto crucial é tentar manter o padrão alimentar o mais saudável possível. Isso inclui refeições ricas em legumes, verduras, frutas, alimentos integrais e sempre minimizando ingestão de açúcar e industrializados. Alimentos ricos em açúcares, gorduras e calorias, além de conservantes e sal, resultam em prejuízos para a saúde, como aumento da obesidade, hipertensão e doenças cardiovasculares.
A má alimentação e a falta de atividades físicas trazem problemas para o intestino, que acaba acarretando um desequilíbrio em todo o corpo. Sabemos que o intestino está intimamente ligado a neurotransmissores cerebrais. O mau funcionamento do mesmo traz uma série de descompensações, que podem levar até ao surgimento de uma depressão. Deve-se também ter cuidado com a qualidade do sono, que pode impactar a saúde física e mental e vice-versa. Alimentos que contenham triptofano, como carnes, semente de abóbora e leguminosas promovem a síntese de serotonina e melatonina. As raízes, folhas, frutas e sementes, como amêndoas, bananas e aveia devem ser consideradas. Ao modular o ambiente intestinal, a nutrição pode diminuir a inflamação, aumentar a síntese de serotonina, atuando na prevenção e progressão de distúrbios psiquiátricos, como ansiedade e depressão.
A falta de sono também propicia o aumento da glicemia no sangue. Quem dorme mal, deixa de produzir hormônios essenciais para o controle da saciedade. O estresse causado por uma noite mal dormida é capaz de elevar os níveis de cortisol, que dificulta ainda mais o controle glicêmico dos que já são diabéticos.