O estresse do familiar cuidador de doentes com Alzheimer

O estresse do familiar cuidador de doentes com Alzheimer

Por André Lima. Neurologista. Membro da Academia Brasileira de Neurologia e diretor da Clinica Neurovida.

O Alzheimer é a principal causa de doença neurológica da terceira idade. A Organização Mundial de Saúde determina que, no mundo inteiro, 47 milhões de pessoas sofram do mal. Com o envelhecimento da população, a tendência é que um maior número de idosos seja afetado. O principal fator de risco é a idade.  Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ) após os 65 anos, a chance de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos. A doença acomete mais as mulheres do que os homens.

Junto com os doentes, cresce também o número de cuidadores que possuem sua rotina afetada pela doença. É comum o familiar cuidador de pacientes com Alzheimer ter estresse. Isso ocorre devido à sobrecarga de tarefas com o doente que aumenta com a evolução da doença. O estresse gera uma situação de desgaste psicológico e físico e isso diminui a qualidade de vida, gera inquietude, desencadeia emoções e sentimentos negativos e acaba acarretando na piora do cuidado com o doente.

Podemos listar vários sintomas de estresse do cuidador/familiar que são: negação sobre a doença e suas consequências, raiva com a pessoa doente ou com os outros, inconformismo pela doença não ter cura ou pelo fato da pessoa doente não compreender o que está se passando. Acontece também o isolamento social de amigos e das atividades que antes traziam prazer, ansiedade em relação a um novo dia ou ao que o futuro reserva. Além de vários outros problemas físicos, esse familiar pode apresentar também depressão, exaustão, insônia, irritação e falta de concentração. São problemas tanto físicos quanto psicológicos.

Algumas dicas podem ajudar o cuidador a diminuir o estresse diário. Uma delas é aumentar o conhecimento sobre a doença, isso faz com que o familiar se prepare para as etapas do processo de demência, encarando as dificuldades de maneira mais prática. É importante que a pessoa tenha um sono reparador, pratique atividades físicas, tire um momento para si, mantenha uma rotina com amigos, medite, exercite a espiritualidade e se preciso participe de grupos de apoio.

Além disso, procurar dividir as tarefas, se possível, com outros parentes ou contratar um cuidador para alguns dias da semana. Programar turnos livres ajuda a combater o estresse, manter o ânimo e a energia para continuar a cuidar do idoso com demência com amor e paciência.

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