Por Andre Gustavo Lima. Neurologista, membro da Academia Brasileira de Neurologia e Diretor da clínica Neurovida
A hipertensão, diabetes, o colesterol alto, o tabagismo e o álcool são fatores de risco para a perda da memória, pois todos começam a acelerar o processo de envelhecimento das artérias. O processo começa com a obstrução nas micro artérias, ocasionando perda de sangue em regiões do cérebro, causando pequenas isquemias e assim os neurônios ficam sem nutrientes e morrem. Por isso é importante praticar atividade física que ajuda a diminuir os fatores de risco, promove maior vascularização cerebral e assim aumenta a ação dos neurotransmissores.
Outros problemas que devemos ficar atentos (e, quando possível, prevenir) para manter sua memória a salvo são:
1. Depressão: quem vive triste tem um nível mais baixo de serotonina e neuroepinefrina – neurotransmissores responsáveis pela nossa capacidade de manter a atenção.
2. Hipotireoidismo: os hormônios da tireóide controlam o metabolismo. Se eles estão em baixa, os nutrientes demoram mais para chegar ao cérebro, deixando seu trabalho mais lento.
3. Apneia do sono: provoca o fechamento da entrada de ar pelo nariz e diminui a oxigenação do cérebro. É apontada como uma das causas do esquecimento em mulheres com mais de 40 anos.
4. Doença celíaca: não há consenso sobre o porquê de essa doença autoimune afetar as recordações. Mas existe a teoria de que provoca uma inflação sistêmica que atinge o cérebro.
5. Alzheimer e Parkinson: são doenças degenerativas que comprometem a memória. Elas não têm cura.
O Alzheimer começa na região do hipocampo, que é responsável pela memória, quando os neurônios começam a ‘morrer’ e depois vai se espalhando para outras áreas, atingindo as funções cognitivas (memória, linguagem, planejamento e habilidades visuais-espaciais), que causam um impacto negativo ao portador da doença.
Já o Parkinson ocorre por causa da degeneração das células situadas em uma região do cérebro chamada substância negra. Essas células produzem a substância dopamina que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo.