O vírus da Zika vem assustando a população, especialmente após a suspeita de que o vírus pode ter relação com o surto de microcefalia e o aumento de casos de Síndrome de Gillain-Barré (SGB). Ainda não se sabe muito sobre o vírus e há muitos boatos e excessos acerca da doença. No entanto, o que já se sabe pode ajudar a combater a epidemia. Por isso, o vice-presidente da Área Médica do dr. consulta – rede de centros médicos que oferece consultas e exames acessíveis para famílias sem acesso ao sistema de saúde –, Marcos Fumio Koyama, listou 7 informações que resumem o que já se sabe sobre o vírus de forma a esclarecer a população, evitar o pânico e principalmente ajudar no combate do Zika e do mosquito Aedes aegypti.
Se a mulher estiver grávida e contrair Zika é certeza que o filho terá microcefalia?
Não. Nem todas as mulheres grávidas que tem ou tiveram Zika deram ou darão a luz a um filho com microcefalia. Até o momento, há aparente relação entre o vírus da Zika e os casos de microcefalia, mas não se tem nenhuma estimativa da probabilidade de transmissão, nenhuma informação concreta. Assim como ainda não existe uma maneira de impedir que o vírus seja transmitido de mãe gestante para o filho. Estudos científicos e investigatórios estão em andamento para esclarecer as questões de transmissão, atuação no organismo, infecção no feto e como isso ocorre na gestante. O risco parece se concentrar nos três primeiros meses, nos casos de gestantes que se contaminarem com o vírus da Zika.
Zika é transmitido pelo leite materno, sangue e sêmen?
Isso ainda está em estudo, mas já foi encontrado casos suspeitos nestes fluídos corporais e sangue, que sugerem transmissão, quando a pessoa está com o vírus da Zika. Ainda não se sabe se existe transmissão efetiva para o bebê porque nem todo vírus encontrado no leite, significa que o bebe ficará infectado. Pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo, a transmissão de mãe para filho é rara e não há relatos de crianças infectadas pelo vírus da Zika através da amamentação. Para a doação de sangue, os Hemocentros já têm medidas de reforço no processo de triagem de doadores, onde os candidatos que tiverem o diagnóstico clínico (isto é, tiveram sintomas) para Zika são considerados “inaptos” a doar sangue por até 30 dias após a recuperação completa, igual ao já aplicado em casos de pacientes com suspeita de outras doenças, como a Dengue.
O Zika é sexualmente transmissível?
Não sabemos com certeza. No entanto, o uso do preservativo é fundamental não somente pela possibilidade de transmissão do Zika, mas pela certeza de risco no que diz respeito a outras patologias, como AIDS ou Sífilis.
Zika tem cura ou alguma vacina?
O Zika ainda não tem cura, nem um tratamento específico. Atualmente, o tratamento é feito com remédios sintomáticos que ajudam a aliviar os sintomas que se parecem com os da Dengue e Chikungunya (febre baixa, dor nas articulações principalmente mãos e pés, dor muscular, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas ou manchas avermelhadas com coceira). Os sintomas aparecem de 3 a 12 dias após a picada do mosquito, e duram por 4 a 7 dias, sendo que muitos pacientes não apresentam sintomas, e, portanto, podem ter sido contaminados, sem saber.
O Zika mata?
Não há nenhum indício por enquanto, diferentemente da Dengue, que em casos graves, pode levar a pessoa contaminada a óbito. Caso haja sintomas que perdurem por muito tempo, ou esteja combinado com dor abdominal, diarreia, constipação, fotofobia (desconforto com claridade) ou conjuntivite no olho, úlceras na parte interna da boca, sangramentos, desmaios, tonturas, sonolência, vômitos, e outros sintomas mais graves, é importante procurar um médico com brevidade.
Quais são as maneiras possíveis de evitar o Zika?
Neste momento, deve-se usar repelentes, evitar zonas endêmicas e combater potenciais criadouros – reservatórios do mosquito Aedes aegypti, como caixas d’água, galões e tonéis, além de espaços menores como pneus e vasos de plantas onde a água fica parada.
Há algum exame que detecta o Zika?
Sim. O ZIKA PCR é um exame molecular, muito útil na fase aguda da infecção, e quando os sintomas do Zika estão presentes. Este exame detecta o material genético do vírus da Zika no sangue do paciente, no período virêmico, que ainda não está completamente estabelecido, mas acredita-se que seja de curta duração: período de 4-7 dias após o início dos sintomas. Entretanto, materiais genéticos do vírus já foram detectados em humanos entre o 1º e o 10º dia após o início dos sintomas. Recomenda-se que o exame seja colhido até o 5º dia do aparecimento dos sintomas.
O exame ZIKA PCR é indicado para nos seguintes casos: pacientes que estão com dúvidas sobre um recente contágio ou com sintomas e querem confirmar; pacientes que estiveram em áreas endêmicas recentemente (de uma semana a 10 dias); mães recentes e/ou gestantes que apresentem algum sintoma que levante suspeita de contágio; familiares de gestantes com sintomas da doença, dentre outras diversas situações. O exame o exame ZIKA PCR está comercialmente disponível e o resultado fica pronto em 8 dias. “Vale sempre lembrar: converse com um médico sobre a indicação e/ou resultado do exame”, completa Fumio.
Serviço:
www.drconsulta.com
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