Por Eduardo Sucupira. Cirurgião Plástico, realizou a sua formação no Serviço do Prof. Ivo Pitanguy(1997-1999). É Especialista e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS). Membro internacional da American Society for Aesthetic Plastic Surgery (ASAPS). Mestre e Doutor pelo Programa de Cirurgia Translacional da Escola Paulista de Medicina pela Universidade Federal de São Paulo.
A desconstrução do mito da beleza envolve desafiar os padrões de perfeição de beleza impostos pela sociedade e valorizar a diversidade de corpos, rostos e identidades. A beleza não é uma característica única e universalmente definida, mas sim subjetiva e culturalmente construída. É salutar lembrar que a cirurgia plástica é uma escolha pessoal e válida para inúmeras pessoas, como em casos de reconstrução após lesões ou por procedimentos médicos/estéticos que igualmente devem ser resultado de uma decisão responsável e bem refletida.
No passado, os pacientes procuravam os consultórios e se referiam a celebridades do mundo da televisão, da moda e do cinema para exemplificar aos cirurgiões plásticos, os seus desejos. Hoje, chegam com incontáveis referências estéticas, muitas vezes modificadas por ferramentas virtuais e com expectativas irreais à cerca do padrão de beleza perfeito. Há uma enorme dificuldade dos indivíduos se conectarem com si mesmos e aceitarem os espectros relacionados às suas próprias origens.
O controle das expectativas irreais e o entendimento dos resultados de uma cirurgia plástica somente podem ser estimados na consulta com o médico, a partir de uma anamnese, uma avaliação física detalhada e uma abordagem transparente. O paciente também deve se sentir à vontade para tratar de aspectos subjetivos, como ansiedade, insegurança e pressão para a realização da cirurgia. A decisão por uma cirurgia plástica não deve ser baseada em padrões de beleza, e sim, para trazer satisfação pessoal com a própria aparência.
É adequado reforçar que a cirurgia plástica, como qualquer outro procedimento médico, possui riscos associados. Não há cirurgia sem riscos! Além disso, a busca pela perfeição pode conduzir a uma dependência de procedimentos estéticos prejudiciais à saúde e à autonomia do paciente.
A pressão social para a adequação a um determinado padrão de beleza também pode gerar distúrbios alimentares, como a anorexia e a bulimia com efeitos devastadores à saúde mental e física.
A beleza é subjetiva e cada indivíduo é único. O trabalho do cirurgião deve ser o de preservar as características individuais de cada pessoa, buscando resultados naturais e harmônicos. Da mesma forma é atributo do profissional trabalhar junto ao paciente para alinhar suas expectativas em relação aos resultados e sugerir alterações com base no bom senso e responsabilidade.
A escolha de um cirurgião plástico responsável e capacitado é o primeiro passo em direção a uma intervenção bem sucedida. Procure os profissionais da sua região no site do conselho regional do seu estado e também na página do CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM). Todo especialista possui um registro de qualificação ali cadastrado.
Em resumo, a cirurgia plástica pode ser uma opção para aqueles que desejam se submeter a mudanças em seus corpos e rostos, mas é necessário lembrar que não há uma fórmula mágica e impessoal. É essencial buscar o equilíbrio entre a saúde física e mental e a satisfação pessoal com a aparência!