Por Andreia Calçada, psicóloga clínica e jurídica. Perita do TJ/RJ em varas de família e assistente técnica judicial em varas de família e criminais em todo o Brasil. Mestre em sistemas de resolução de conflitos e autora do livro “Perdas irreparáveis – Alienação parental e falsas acusações de abuso sexual”.
Os feriados prolongados, como o Carnaval, podem ser momentos de alegria e descontração, mas para pais separados, podem ser também momentos de conflitos, tristeza e frustração, caso os genitores não tenham um bom diálogo.
Se os pais mantêm uma boa relação é aconselhável organizar com antecedência os feriados. Alternar os anos para a celebração do Carnaval e/ou em um ano que tenha muitas datas comemorativas fazer um revezamento nesses períodos, pode ser uma solução viável. Mas é bom que isso esteja acordado de alguma forma e não seja apenas um acordo verbal. Geralmente os pais separados já têm uma regulamentação de convivência onde tudo isso já está registrado e não cabe muito alguma modificação a fim de não criar problemas.
As crianças muito pequenas não têm vontade própria, então elas vão passar o feriado com o genitor pré-determinado. Se os planos já foram regulamentados pelos pais, adaptações só podem ser feitas em casos excepcionais e com o consenso de ambos os genitores. Pensar sempre no bem-estar dos filhos, em um ambiente seguro e propício para o seu desenvolvimento deve ser a prioridade dos pais. E caso ocorra algum imprevisto durante o período o melhor é resolver a questão através de uma comunicação aberta e flexível a fim de encontrar uma solução que seja benéfica para todos.
A chave para lidar com os períodos de feriados prolongados para pais separados é o diálogo aberto, a flexibilidade e o comprometimento em manter o bem-estar das crianças. Quando os pais colaboram e respeitam os acordos estabelecidos é possível criar momentos positivos e saudáveis para todos os envolvidos.