Desidratação nos idosos pode ocasionar até confusão mental

Desidratação nos idosos pode ocasionar até confusão mental

Por: André Lima é neurologista, membro da Academia Brasileira de Neurologia e Diretor Médico da Clinica Neurovida

Pessoas com mais de 60 anos sofrem uma diminuição do número e da sensibilidade de receptores corporais que controlam a sede. Sem perceber, eles sentem menos vontade de beber água – mas o corpo continua necessitando de uma boa quantidade de líquidos para que todo o organismo funcione bem. Assim, os idosos acabam sendo mais suscetíveis à desidratação.

Entre tantos outros benefícios a água é essencial para a sobrevivência, a necessidade hídrica dos idosos é semelhante a dos adultos, porém, na terceira idade a ingestão acaba sendo menor ou somente quando se sente sede, o que pode levar o idoso a fraqueza muscular e aumento de infecções, principalmente a urinária, em alguns casos, se registra até confusão mental.

Assim, os cuidados com os idosos no verão devem envolver medidas que possam favorecer a hidratação do organismo e reduzir o calor corporal para evitar a hipertermia, que ocorre quando a temperatura do corpo fica acima de 37,4°C, sendo que a temperatura do organismo deve girar em torno de 36 °C.

Quando há uma elevação, o organismo utiliza várias estratégias para resfriá-lo, como o suor. O corpo então se desidrata, não ocorre a sudorese, e a temperatura pode aumentar, causando sérios riscos à saúde, principalmente nas temperaturas elevadas e sensação térmica muito alta.

Alguns sintomas podem servir de alerta como dores abdominais, contraturas musculares (câimbras), vômito, dor de cabeça, tontura, fraqueza, excesso ou falta de suor e sintomas neurológicos como irritabilidade, alucinações e delírios.

Outros fatores que podem anteceder a hipertermia e podem agravá-la são as doenças preexistentes, como a insuficiência cardíaca congestiva, diabetes, enfisema, asma, demências ou comprometimentos da cognição.

Quando a temperatura no verão está muito elevada, as proteínas do corpo, bem como membranas celulares e enzimas (especialmente na região do cérebro), podem ser destruídas ou apresentar um mau funcionamento.

Para evitar que os idosos fiquem desidratados, principalmente no verão, o ideal é oferecer pequenas quantidades de líquidos ao longo do dia como água, sucos, chás, água de coco ou frutas como abacaxi, melão, melancia, tangerina e laranja.

Como o corpo humano é formado por aproximadamente 80% de água, manter o organismo hidratado adequadamente é importantíssimo para o seu bom funcionamento. A água aumenta o fluxo sanguíneo e melhora a circulação evitando inchaços e câimbras. A desidratação ocasiona problemas vasculares e que – combinados a outros agravantes – podem ocasionar o surgimento de vasinhos ou agravar as varizes de quem já possui.

Quando seu corpo não está recebendo água suficiente, ele desacelera a circulação sanguínea. O consumo correto de água garante a irrigação e a nutrição do sangue, favorecendo a absorção dos nutrientes necessários para o equilíbrio celular e da pele, uma vez que estimula o corpo a eliminar toxinas. A hidratação é ainda mais necessária com o aumento da temperatura.

Roupas leves e claras, evitar atividades externas, nos horários mais quentes do dia, usar filtro solar, chapéu ou boné, evitar tomar cafeína e álcool, pois são bebidas que contribuem para a desidratação, são outros cuidados primordiais.

Foto: Freepik.

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