A onda dos estúdios, apartamentos com metragens que, muitas vezes, não ultrapassam os 30 metros quadrados, pode parecer um desafio na hora da decoração. A engenheira e designer de interiores Liliana Zenaro tem boas dicas para quem quer otimizar o espaço ao máximo, sem abrir mão de conforto e elegância.
Quando os espaços são compactos, o ideal é minimizar as divisões e eliminar paredes desnecessárias. Assim, integrar os ambientes é uma solução muito usada. Vale, por exemplo, unir a cozinha com a sala de jantar. Além de eliminar barreiras visuais, o espaço fica mais funcional em termos de circulação. Se a planta permitir, o morador pode acrescentar uma ilha, que funcionará como uma setorização dos espaços e ainda criará uma área para refeições.
A varanda e a sala de estar também podem ser integradas. A área de convivência cresce e o espaço da varanda se torna mais utilitário. Portanto, se seu condomínio permitir o envidraçamento da varanda, não tenha dúvidas em anexá-la à área social.
A iluminação é outro ponto de atenção. Ter apenas um ponto central de luz deixa os ambientes escuros e com muita sombra, o que dá uma sensação de um espaço pequeno. A designer sugere contratar um especialista em iluminação, que saberá saberão distribuir a luz nos ambientes de forma a valorizar os detalhes. Deve-se ainda levar em conta o tipo e a cor da lâmpada. Luzes frias deixam os espaços pouco acolhedores.
Na hora de escolher os móveis, dispense as peças muito grandes. Liliana explica que diminuem a sensação de espaço e prejudicam a circulação nos ambientes. Ou seja, é preciso optar por peças cujas dimensões sejam compatíveis com as do cômodo. Fica uma dica importante: se você sonha com um sofá enorme, pense bem se ele não vai atravancar a sala. Melhor escolher um sofá menor e complementar a decoração com poltronas e bancos.
Quando se trata de otimizar espaços, Liliana lembra que é mito achar que a marcenaria planejada tem um custo muito alto. Ela valoriza o imóvel, melhora a funcionalidade e facilita o dia-a-dia, o que traz bem estar e conforto. O consumidor consegue baixar os preços com algumas adaptações, como trocar gavetas por prateleiras e nichos e portas de correr por portas de abrir, uma vez que o custo maior está associado a ferragens, tipo trilhos e corrediças.
Portanto, vale a pena investir em marcenaria planejada. Ao contrário dos móveis e armários prontos, a marcenaria permite adaptar cada peça à necessidade do morador e ao espaço disponível. Assim, pode-se listar todos os itens que serão guardados e determinar exatamente como eles devem ser armazenados.
Dessa forma, não se perde espaço com prateleiras muito altas, por exemplo. O projeto pode prever as alturas adequadas dos armários de cozinha com base nos tamanhos de eletrodomésticos, de taças, panelas, etc. E no quarto, por exemplo, pode-se calcular as alturas para as sapateiras e a quantidade de cabideiros necessários. Assim como o uso de nichos para bolsas, caixas etc.
E não se esqueça de prestar bastante atenção às cores. Tons escuros fazem com que os ambientes pareçam menores. Liliana recomenda o uso de cores claras e neutras. Mas isso não significa que a decoração deva ser monótona. O uso de cores pode e deve ser aplicado em superfícies menores, como peças de mobiliário pequenas, almofadas, quadros e objetos.
Materiais com aspecto pesado, como madeiras ou revestimentos escuros ou estampados, devem ser evitados. Prefira materiais leves, como vidros e espelhos. Divisórias de vidro, por exemplo, deixam a luz passar e acrescentam transparência, o que aumenta a sensação de espaço. O mesmo vale para os espelhos nas paredes, que duplicam objetos e parecem ampliar os ambientes.
A especialista conclui com uma dica de ouro: use o mesmo piso nos ambientes, para não criar setorizações e fazer as áreas parecerem menores. Revestimentos e a pintura de paredes também devem ser únicos. A continuidade dos espaços é o que vai fazê-los parecer maiores do que são.
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