Doença venosa crônica é uma das causas do afastamento do trabalho

Doença venosa crônica é uma das causas do afastamento do trabalho

Por Ricardo Brizzi – Angiologista e cirurgião vascular. É membro da Sociedade de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro e um dos responsáveis pelo setor de cirurgia vascular e endovascular dos Hospitais Badim, Israelita e Norte D’Or.

O afastamento do trabalho por acidente ou doença, causa prejuízos tanto para a empresa quanto para o trabalhador. Segundo dados da Diamed, empresa de segurança e medicina do trabalho, a doença venosa crônica (DVC) está na quinta colocação, em um ranking de seis, das doenças que provocam afastamento do trabalho. Ao realizar exames de admissão os médicos sabem que o portador de doença venosa crônica (DVC) vai faltar ao trabalho após cinco anos, e nos casos mais graves pode levar até a uma aposentadoria por invalidez em função das feridas, e por esse motivo dão preferência aos que não apresentam varizes.

Dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV- RJ) apontam que a doença venosa é a de maior predominância atingindo cerca de 50% da população adulta. Ela causa grandes transtornos ao paciente, sendo importante motivo de afastamento do trabalho e nos estágios mais avançados acaba levando ao aparecimento de úlceras nas pernas de difícil cicatrização. Estas úlceras, além do sofrimento que levam aos pacientes, acabam por gerar um grande gasto ao sistema de saúde, devido à necessidade de curativos por longos períodos.

Vale lembrar, que varizes não tratadas podem levar a doenças venosas crônicas. Elas não são só uma questão estética. As veias dilatadas podem estar associadas a complicações mais graves como processos inflamatórios na pele como tromboflebite, feridas como úlceras varicosas e ter relação até com a trombose. A partir dos 30 anos é comum aparecerem varizes que podem ir piorando com o passar dos anos. 

A população feminina é mais atingida por essa doença por causa dos hormônios. No entanto, o problema também pode afetar os homens, que por falta de informação ou conhecimento, na maioria das vezes, só costumam buscar o tratamento quando a doença já se encontra em um estágio avançado.  Por isso é importante fazer um check-up vascular, porque com o passar dos anos acontece o envelhecimento natural dos vasos sanguíneos e o principal fator de risco para se ter varizes é a presença desta doença na família: a hereditariedade. Outros fatores de risco para problemas circulatórios nos membros inferiores são o sobrepeso, provocado pela obesidade, que aumenta a pressão sobre as veias e dificulta o retorno venoso, o sedentarismo e o uso de hormônios, sem orientação médica.

Como as varizes possuem variações os tratamentos são aconselháveis caso a caso. A prescrição de medicamentos, tratamentos a laser, cirurgias e as injeções no interior dos vasos podem levar ao desaparecimento do problema. Pacientes com varizes e que não podem recorrer a uma cirurgia tem como opção de tratamento o uso de espuma de polidocanol, que já está disponível em alguns hospitais da rede pública. Vale lembrar que é um procedimento médico e só um angiologista ou cirurgião vascular deve realizar.

A SBACV alerta sobre os riscos de se submeter a tratamentos vasculares sem o devido acompanhamento médico especializado. O tratamento de varizes, seja o de espuma, escleroterapia ou cirúrgico, deve ser feito sempre por um profissional qualificado.

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