Estenose da carótida pode ser uma das causas do AIT

Estenose da carótida pode ser uma das causas do AIT

Por André Lima, neurologista. Membro da Academia Brasileira de Neurologia e Diretor da Neurovida.

O humorista Renato Aragão foi internado com um quadro de Acidente Isquêmico Transitório (AIT). Trata-se de um bloqueio temporário do fornecimento de sangue ao cérebro. Muitas vezes, os sintomas são muito leves e as pessoas não percebem. Outras podem ser parecidos com o de um AVC, como confusão mental, perda da força em um dos lados, dificuldade de falar, mas com socorro imediato, acabam desaparecendo, têm um caráter transitório e reversível.

O problema é mais comum em pessoas idosas e de meia idade e que já possuem alguns fatores de risco como obesidade, tabagismo, diabetes, hipertensão arterial, entre outros e não praticam atividades físicas. O importante é ficar atento a qualquer alteração na saúde e se tiver algum sintoma procurar ajuda médica. Quem já teve um acidente isquêmico transitório tem muito mais probabilidade de sofrer um Acidente Vascular Isquêmico logo em seguida.  Por isso, é preciso ficar em observação.

Uma das causas do problema é a estenose das carótidas, que se não for tratada devidamente, pode ocasionar o Acidente Vascular Isquêmico que representa 85% de todos os casos de insuficiência vascular cerebral. A estenose, na maioria dos casos, é assintomática. O crescimento da placa acontece de forma silenciosa e muitas vezes através de um exame clínico ou de imagem é que ele é detectado.   O tratamento vai depender do tipo de obstrução, característica da placa e idade do paciente. Pode ser por medicação ou cirurgia.

A melhor conduta é a prevenção, buscando a orientação de um especialista. Quando o paciente já possui um histórico familiar de isquemia, colesterol alto, e é sedentário, é importante sempre que se faça um exame de controle das carótidas. Normalmente é utilizado o ecodoppler. Ele é um exame similar a uma ultrassonografia e que faz um rastreamento desse tipo de doença. 

Vale o alerta que o AVC atinge cerca de 15 milhões de pessoas no mundo, sendo que desse total, cinco milhões morrem, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). No Brasil, dados divulgados pelo Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil informam que nos primeiros seis meses de 2022, 56.038 pessoas morreram por AVC. Em 2021 morreram 105.755 pessoas.

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