Por: Eduardo Sucupira. Cirurgião Plástico, realizou a sua formação no Serviço do Prof. Ivo Pitanguy(1997-1999). É Especialista e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS). Membro internacional da American Society for Aesthetic Plastic Surgery (ASAPS). Mestre e Doutor pelo Programa de Cirurgia Translacional da Escola Paulista de Medicina pela Universidade Federal de São Paulo.
As cirurgias reparadoras são essenciais para restaurar a funcionalidade e a aparência de pacientes que sofreram traumas, acidentes, doenças ou nascem com deformidades congênitas. Apesar de serem recompensadoras, essas cirurgias apresentam inúmeros desafios.
Os pacientes que buscam esse tipo de cirurgia geralmente enfrentam traumas físicos e psicológicos significativos. O aspecto emocional do paciente é um fator extremamente relevante para o médico, durante todo o processo, desde a consulta até o pós-operatório.
Algumas cirurgias reparadoras são extremamente desafiadoras tecnicamente, requerendo habilidades avançadas e conhecimentos específicos. A cicatrização é um processo imprevisível e pode variar de paciente para paciente. Apesar de todos os esforços para minimizar as cicatrizes, elas podem ser inevitáveis em algumas situações. Lidar com as preocupações dos pacientes em relação ao resultado final e ajudá-los a entender a evolução do processo de cicatrização é fundamental.
Antigamente, costumava-se diferenciar duas especialidades dentro da cirurgia plástica sob o argumento de que a reparadora era destinada a recuperar a função de uma parte do corpo, enquanto a estética se resumia a ganhos na aparência.
Mas essa diferença se equilibra numa linha tênue, e não se justifica para muitos profissionais. A cirurgia de reconstrução mamária, por exemplo, após o tratamento de um câncer não devolve função à mama, porém restabelece a estrutura impactante em termos de autoimagem e autoestima.
Gerenciar as expectativas dos pacientes é um desafio delicado. Alguns pacientes podem acreditar que a cirurgia reparadora trará de volta sua aparência anterior sem resquícios, o que nem sempre é possível. É importante comunicar de maneira clara e realista o que pode ser alcançado com a cirurgia.
O acompanhamento pós-operatório é essencial para garantir que o paciente se recupere adequadamente e alcance os melhores resultados possíveis. Acompanhar a recuperação e lidar com quaisquer complicações que possam surgir é um aspecto crítico da cirurgia reparadora.
Em resumo, a cirurgia reparadora é uma área gratificante e desafiadora da medicina. É muito importante enfrentar esses desafios com compaixão, habilidade técnica e abordagem cuidadosa.
Poder oferecer aos pacientes uma chance de melhorar sua qualidade de vida e autoestima, após vivenciarem situações difíceis e traumáticas é alentador. Pitanguy já dizia que nós temos o direito à beleza, mas é essencial lembrar que ela não existe sem saúde. E aqui podemos completar a saúde mental e física. Ao final das contas a cirurgia plástica independentemente dos fins repara uma determinada dor, ainda que essa dor não se constitua em um defeito ao olhar alheio, motivo pelo qual a cirurgia plástica é indivisível!