É um hábito comum entre animais domésticos farejar ou mordiscar tudo que se vê pela frente, seja no interior de casa, no quintal, jardim ou até mesmo durante um passeio. Esse típico comportamento ocorre, principalmente, quando se trata de filhotes. No entanto, os responsáveis devem estar atentos com o tipo de objeto que o animalzinho entra em contato. Um exemplo são as plantas ornamentais utilizadas para decoração de ambientes internos e externos, que apresentam um potencial tóxico para o amigo peludo.
De acordo com Cássia Regina Alves Pereira, médica veterinária e professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, a ingestão ou contato físico de cães e gatos com plantas tóxicas são casos atípicos em clínicas veterinárias, porém a maior parte ocorre por falta de informação dos donos. “Alguns fatores podem influenciar o apetite anormal do pet, por exemplo, se adaptar a um novo ambiente ou novas companhias. Esse comportamento também costuma ocorrer quando o bichinho está entediado, por isso, a alternativa é buscar estratégias para tornar a rotina mais interessante para o animal”, explica Cássia.
Normalmente, os sintomas de intoxicação podem ser confundidos com doenças infecciosas ou parasitárias. Isso ocorre porque variam entre náuseas, vômito, constipação, distúrbio respiratório, hipertermia (temperatura do corpo elevada), hiperemia (alteração na circulação sanguínea), secura da pele e mucosas, entre outros sinais clínicos semelhantes.
“Nesse caso, se o pet apresentar alguma mudança no comportamento, o ideal é ir ao médico veterinário o quanto antes, dessa forma, o profissional dará andamento ao diagnóstico e tratamento”, orienta a especialista.
Cássia recomenda ao responsável que ele saiba identificar quais plantas estavam no local de contaminação. Além disso, é preciso relatar como ocorreu esse contato e se o pet conseguiu expelir partes no vômito.
A preocupação também deve ocorrer tanto para animais mais velhos quanto para filhotes, uma vez que o metabolismo pode estar prejudicado ou pouco desenvolvido, apresentando uma deficiência na defesa do organismo quando há intoxicação. Por isso, é fundamental buscar ajuda de um médico veterinário para realizar todos os procedimentos necessários.
A seguir, a docente elenca as plantas que normalmente são encontradas nos lares e áreas externas, e são capazes de oferecer risco à saúde de animais domésticos:
Lírio da paz (Spathiphylum wallisii)
Espada de São Jorge (Sansevieria trifasciata)
Bico de Papagaio (Euphorbia pulcherrima Wiild.)
Comigo Ninguém Pode (Dieffenbachia picta)
Copo de Leite (Zantedeschia aethiopica)
Samambaia (Pleopeltis pleopeltifolia)
Azaleia (Rhododendron simsii)
Filodendro (Philodendron)
Primula ou primavera (Primula abconica)
Hortênsia (Hydrangeia macrophylla)
Palma de Ramos (Cycas revoluta)