Desde 2017, por meio do projeto Y Rosa, o tatuador carioca Yurgan Barret ajuda a devolver a autoestima e a confiança a mulheres submetidas a uma mastectomia após enfrentarem o câncer de mama durante o Outubro Rosa. Agora a iniciativa, que oferece gratuitamente a reconstrução de aréola através de tatuagem realista, será realizada em todos os meses do ano.
“Esse ano, a gente vai levar o Y Rosa para sete cidades do Brasil, incluindo o Rio de Janeiro. E não vai ser só em outubro. Afinal, durante o ano inteiro mulheres são diagnosticadas, tratadas e precisam dessa solução. Então, essa ação agora acontece de janeiro a janeiro, em diferentes lugares do Brasil”, explica Anne Marinho Barret, sócia do estúdio de tatuagem e esposa de Yurgan. A iniciativa estará nas seguintes praças: Rio de Janeiro, São Paulo (capital), Campinas, Florianópolis, Goiânia, Brasília e Salvador. Médicos podem indicar pacientes por meio de representantes do laboratório farmacêutico Exeltis ou pelo www.yrosa.com.br.
Patrícia diz que depois que se submeteu ao procedimento teve a autoestima de volta. “Eu não digo que é uma tatuagem, digo que é uma arte que devolveu minha autoestima em relação ao meu seio, porque eu não tinha, eu não gostava de me olhar no espelho. E você olhar ali que tem aréola é muito real, é um trabalho muito bonito”, conta.
Rosângela, outra participante da iniciativa, frisou que reconstrução mamária pós-mastectomia é uma etapa fundamental, mas o toque final é a reconstrução da aréola. “É o realismo que ele cria em você. Porque a reconstrução da mama não é completa. O toque final, o pingo no i é a tatuagem. É você fazer aquilo se tornar realidade de novo”, declara. Cristiane, que também participou do Y Rosa, diz: “é muito bom poder contar com um projeto como esse: Que ajuda diversas mulheres. Isso é muito importante para todas nós”.
Yurgan afirma que se sente muito satisfeito com a felicidade das mulheres com o resultado final. “Acho que o mais incrível é o fato de como o resultado final, de como que cada uma das mulheres que eu atendo ficam depois de todo procedimento”, ressalta Yurgan.
Anne conta que a ideia do Y Rosa surgiu de um jeito bem interessante. Em 2017, ela e o marido estavam passando por uma boa fase no estúdio. Então, eles resolveram retribuir tudo isso para sociedade.
“Um dia de manhã, a gente estava deitado junto e eu provoquei o Yurgan. Falei assim: amor, o meu sentimento é que a gente tem tanta coisa boa, que a gente precisa retribuir de alguma forma para as pessoas, para a sociedade! O que a gente deixa de legado? Dessa conversa, uma ação que o Yurgan já fazia de forma esporádica que era atender mulheres que passaram pelo câncer para fazer a reconstrução da aréola por meio de tatuagem, acabou virando o Y Rosa”, conta.