Nos dias de hoje muito se houve a expressão propósito de vida. Só é preciso ir a uma livraria, assistir alguns vídeos no Youtube ou participar de alguma palestra que essa expressão vai surgir. No entanto, o conceito de que devemos fazer aquilo que amamos e viver o nosso propósito é algo novo, faz parte da modernidade. Se formos pensar na geração dos meus avós, que hoje estão com 88 anos e até na geração dos meus pais, isso não existia. A lógica que imperava na década de 1960 era: “Vou procurar um serviço porque quero sustentar minha família, dou educação para meus filhos e vou embora em paz”. Nas décadas de 1980 e 1990 isso ficou ainda mais exacerbado, pois a aquisição de patrimônio passou a ser muito valorizada. O trabalho era visto como fonte de enriquecimento e acúmulo de riqueza.
Hoje, o modelo de trabalho tendo como vínculo exclusivamente o acúmulo de patrimônio já não é mais significativo. As pessoas querem que o trabalho traga satisfação, precisam sentir-se realizadas, e é exatamente esse conceito que passam aos seus filhos. O que tenho percebido através da minha experiência com jovens é que os nascidos na geração Z foram educados para escolher “fazer o que gosta”. Aprendem que ter um propósito maior e viver por isso é algo fundamental, não querem trabalhar só por trabalhar ou só para o sustento. O significado de trabalho para eles é a realização em primeiro lugar.
E aí encontramos um grande problema: eles querem fazer o que gostam, mas não estão dispostos a pagar o preço por isso. É preciso ter consciência que, no desenrolar da vida profissional, para fazer o que se gosta é necessário passar por etapas não necessariamente agradáveis no dia a dia. O caminho não é marcado apenas por coisas prazerosas. O que vemos hoje no mercado de trabalho são jovens com o seguinte tipo de pensamento: “Vim ao mundo para fazer o que gosto e como isso não é legal, então não é para mim, preciso ir atrás de algo que me dê prazer e realização”. O desgaste que faz parte do processo pode ser muito negativo e frustrante se não entenderem exatamente o porquê daquilo tudo, e aí entra a clareza do propósito de vida. Ele é o objetivo maior, o impulso e a motivação. Todo desgaste será recompensado pelo resultado.
Steve Jobs dizia: “A única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz”. No entanto, é mais fácil procurar gostar sempre daquilo que se faz do que viver em busca de fazer somente o que se gosta.
Por Maria Flávia Bernardes
Psicóloga com pós-graduação em Psicologia Comportamental Cognitiva. Life e Executive Coach formada pela Sociedade Brasileira de Coaching.
Integra a equipe do treinamento de liderança “O Monge e o Executivo” e há mais de 10 anos atua na área de desenvolvimento humano.
Responsável pela Incursão Genesis Aberta, que terá sua próxima edição nos dias 24 e 25 de março, das 8h às 18h.
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Telefone: (18) 981148795
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