Fumo aumenta o risco de AVC

Fumo aumenta o risco de AVC

Por: André Lima, neurologista, membro da Academia Brasileira de Neurologia e  diretor da Clínica Neurovida.

No dia 31 de maio é o Dia Mundial Sem Tabaco. Criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a data serve para alertar sobre as doenças que o fumo acarreta. No caso da circulação arterial e venosa não poderia ser diferente. Para aqueles fumantes que já possuem predisposição a doenças vasculares, as conseqüências são mais graves. Os fumantes têm risco duas vezes maior de desenvolver um quadro de AVC em comparação com pessoas que não fumaram ao longo da vida. Estima-se que aproximadamente 20% dos casos de AVC estão relacionados ao tabagismo.


A soma do fumo com a idade avançada, diabetes, hipertensão arterial, colesterol elevado, obesidade, sedentarismo e histórico familiar de arteriosclerose, são alguns dos fatores de risco para obstrução das artérias. Se esse problema não for tratado devidamente, a obstrução das carótidas pode ocasionar o Acidente Vascular Isquêmico que representa 85% de todos os casos de insuficiência vascular cerebral.


 O cigarro contém substâncias que são pró-coagulantes e as artérias e veias podem ficar comprometidas com o tempo. O fumante tem o risco real de desenvolver uma trombose. O fumo aumenta a viscosidade do sangue, o que significa que o sangue dos fumantes é mais espesso em relação aos não fumantes e isso acaba favorecendo  o aparecimento de trombos e coágulos.


Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o tabagismo ativo e a exposição passiva à fumaça do tabaco estão relacionados ao desenvolvimento de aproximadamente 50 enfermidades, dentre as quais vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório  e doenças cardiovasculares como o acidente vascular cerebral, a enfermidade que mais mata no Brasil, com mais de 100 mil vítimas fatais por ano.


Embora a maioria dos acidentes vasculares ocorra nas pessoas com mais de 65 anos (o risco é 30 a 50 por mil nesta faixa etária), hoje existe um aumento abrupto dos casos de AVC entre pessoas na casa dos 35 e 55 anos. As vítimas jovens de derrame se beneficiam mais do tratamento imediato. É importante que se conheça os sintomas iniciais que são perda súbita de força e formigamento no rosto, braço ou perna de um lado do corpo; dificuldade de falar; perda de visão repentina em um os nos dois olhos; dor de cabeça e sem causa aparente e vertigem ou dificuldade de caminhar.

O AVC atinge mais o sexo masculino e está crescendo entre as mulheres, principalmente as fumantes e que estão no período da menopausa. Uma pessoa que fuma tem 50% a mais de chance de ter um AVC, tanto o hemorrágico como o isquêmico. Uma pessoa que já teve AVC tem grandes chances de desenvolver outro. É muito importante descobrir a causa do primeiro para prevenir o segundo, que na maioria dos casos, possui sequelas mais graves.

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