Museu do Pontal lança Clube de Colecionadores na ArtRio

Museu do Pontal lança Clube de Colecionadores na ArtRio

O Museu do Pontal, na Barra da tijuca, vai participar pela primeira vez da ArtRio, evento que reunirá as principais galerias do país de 13 a 17 de setembro, na Marina da Glória. Para a primeira edição, a novidade será o lançamento do Clube de Colecionadores, com obras de arte popular brasileira. A curadoria selecionou peças de três artistas: Roxinha (Alagoas), César Bahia (Bahia) e José Bezerra (Pernambuco). Ao fazer parte do clube, o integrante adquire um conjunto exclusivo formado por uma obra de cada artista. Este ano, serão oferecidos apenas 20 conjuntos por R$ 3,2 mil cada. “O nosso objetivo é promover ainda mais a difusão da arte popular brasileira, estimular o colecionismo e dar visibilidade aos artistas populares contemporâneos. Através do Clube de Colecionadores vamos remunerá-los por sua produção”, conta Lucas Van de Beuque, diretor executivo do museu.

Diferentemente de iniciativas semelhantes, onde as obras oferecidas são, em geral, múltiplas ou edições, a proposta é que cada obra entregue seja única e feita especialmente para o Clube de Colecionadores do Museu do Pontal. Os valores arrecadados não serão revertidos para a instituição, mas utilizados exclusivamente para remunerar os artistas e para cobrir os custos operacionais do clube. Além do conjunto único de obras, os colecionadores terão acesso a uma série de benefícios pelo período de um ano, como convites para eventos de abertura das exposições, desconto de 10% na aquisição de novas edições do clube, período exclusivo para compra antecipada de novas edições, desconto de 10% na loja do Museu do Pontal. Conheça os artistas:

Maria José Lisboa da Cruz, Roxinha (1956) FOTO

Nascida no povoado de Lagoa da Pedra, distrito da cidade alagoana de Pão de Açúcar, costuma pintar cenas de seu cotidiano. Apelidada de Roxinha, a artista nunca foi dos bordados como a maioria das senhoras da região. Chegou a experimentar uma produção de esculturas, que logo foi substituída pelas pinturas. Como suporte de suas obras estão os mais diferentes tipos de material, como pedaços de madeira e chapas de metal. Faz críticas divertidas sobre a política, os costumes sociais e as relações amorosas.

José Bezerra (1952)

Artista pernambucano que assina simplesmente JB, já possui obras em importantes coleções, como as do Museu de Arte do Rio de Janeiro, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu AfroBrasil, Museu do Pontal e Fondation Cartier pour l’art contemporain. Do Vale do Catimbau, um dos principais sítios arqueológicos nacionais, vem a matéria-prima e a sua inspiração, reveladas em sua produção artística. Transforma galhos retorcidos das árvores mortas e caídas em intrigantes e belos animais e seres imaginários.

César Bahia (1965)

Nascido em 1964, na cidade de Nazaré, em Salvador (BA). Sua mãe, Cristina Almeida Santos, era dona de casa e seu pai, Otávio Bahia, marceneiro e escultor. Apesar de acompanhar o pai em seu ofício desde a infância, somente por volta dos 30 anos passou a se reconhecer como artista. Tem a cultura afro-brasileira como principal inspiração. Suas esculturas costumam retratar divindades africanas. As peças e máscaras são esculpidas em pedaços de madeira encontrados na região onde vive. Em 2023, expos mais de duzentas esculturas em uma mostra individual no Museu de Arte do Rio.

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