No mês das mães vale o alerta para uma gestação saudável

No mês das mães vale o alerta para uma gestação saudável

Por: Ana Paula Cony, nutricionista da clinica Neurovida.

Maio é o mês em que comemoramos o Dia das Mães e para aquelas mulheres que estão grávidas algumas orientações sobre como o cuidado com a alimentação pode ajudar a evitar sintomas comuns na gravidez como náuseas, azia, gases, entre outros. Geralmente no primeiro trimestre da gravidez costumam aparecer os tão terríveis enjoos, vômitos e um aumento excessivo da saliva. Normalmente esses sintomas se estendem da 6ª semana até a 20ª semana e ter alguns cuidados ao se alimentar pode evitá-los.

Entre as dicas estão as de fazer refeições com intervalos máximos de 3h, cerca de seis a oito refeições/dia; evitar alimentos gordurosos, frituras e com cheiro forte; evitar tomar líquido durante as refeições; ao acordar, comer alimentos sólidos, com bolacha de água e sal; tomar suco de limão que ajuda a controlar a náusea; utilizar líquidos ou alimentos gelados para evitar o vômito e sempre comer lentamente, mastigando bem os alimentos.

Outro sintoma muito comum na gestação é a azia, que é uma sensação de queimação ou desconforto, acompanhada de refluxo de suco gástrico para dentro do esôfago. Nas grávidas ocorre devido à pressão do útero sobre o estômago. Os cuidados para se evitar a azia são praticamente os mesmos das náuseas e vômitos. Principalmente evitar café, chá preto, mate, alimentos picantes e que irritam o estômago, álcool e fumo e se necessário utilizar antiácidos, sempre seguindo a indicação do médico.

Para evitar a formação de gases, comum nas gestantes, é preciso ter uma alimentação rica em fibras e consumir frutas laxativas como mamão, ameixa, laranja com bagaço, figos e cereais integrais e verduras, de preferência cruas. Substituir o leite pelo iogurte, aumentar a ingestão de água, consumir farelo de aveia ou de trigo para regular o trânsito intestinal e ter cuidados com alimentos como alho, batata doce, brócolis, cebola crua, couve, couve-flor, repolho e rabanete que tendem a provocar gases.

Tomar chá de erva doce auxilia no alívio desse problema. Evite também o uso do adoçante sorbitol, pois ele pode causar gases e o consumo de doces em geral, pois podem provocar fermentação. Outra medida é deixar o feijão, a lentilha ou o grão de bico de molho por 12 horas, trocando a água pelo menos três vezes durante esse período.

Após o nascimento do bebê o corpo feminino começa o processo de recuperação da gravidez. Esse período é chamado de puerpério e ocorre logo após o parto. É preciso aumentar a ingestão de cálcio, proteínas e vitaminas, moderar na cafeína (3 xícaras de chá de 100 ml/dia), ingerir alimentos que contenham enxofre como repolho, couve-flor, rúcula e brócolis, pois possuem ferro, ácido fólico e antioxidantes. A mãe deve tomar muita água para ajudar na produção de leite, prevenir a constipação, infecção urinária e pedras nos rins.

Evitar alimentos condimentados e temperos como alho, cebola e pimenta, pois podem passar o sabor para o leite materno. O bebê pode ter cólicas, independente do que a mãe consome, já que seu trato intestinal ainda está em fase de maturação. E vale lembrar que o aleitamento materno ajuda na redução da morbimortalidade infantil, além de criar um vínculo natural de afeto e proteção entre mãe e bebê.

A composição nutricional do leite materno é balanceada e possui agentes anti-inflamatórios, enzimas digestivas, fatores microbiológicos, proteínas, vitaminas e minerais, vários tipos de hormônios e fatores de crescimento que ajudam no desenvolvimento saudável do recém-nascido.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a amamentação até o sexto mês, podendo complementar até os dois anos. A amamentação, além do vínculo afetivo entre mãe e filho, evita diarreia, infecção respiratória, diminui os riscos de alergia, reduz as chances de obesidade infantil, protege a mãe contra o câncer de mama, evita nova gravidez e ajuda na involução rápida do útero.

Para que a mãe permaneça saudável é preciso ter uma boa alimentação, praticar uma atividade física, evitar estresse e seguir as orientações do médico e da nutricionista. Com essas práticas a mãe ajuda o bebê a crescer rápido e com boa saúde e ela também tem uma boa recuperação pós-parto.

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