Uso de eletrônicos: exagero aumenta risco de miopia em crianças

Uso de eletrônicos: exagero aumenta risco de miopia em crianças

Eletrônicos como celulares, tablets e laptops já fazem parte da rotina de adultos e crianças. No caso dos pequenos, segundo pesquisa do Centro de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) — TIC Kids On-line — cerca de 69% das crianças e adolescentes do Brasil, na faixa dos 9 aos 17 anos, utilizam a internet mais de uma vez por dia. É sempre importante alertar para o exagero no uso de eletrônicos para diversão, pois passar muito tempo focando a vista em objetos muito próximos pode aumentar o risco de miopia (quando a pessoa consegue ver claramente os objetos que estão próximos, mas não consegue focar objetos distantes). Por outro lado, pessoas que passam mais tempo ao ar livre são muito menos propensas a desenvolver miopia que aquelas que permanecem a maior parte do dia em ambientes fechados, com luz artificial. Por isso, estimular as crianças a brincar ao ar livre ajuda a reduzir o risco de desenvolver o problema.

Levantamentos do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) indicam que 20% das crianças em idade escolar apresentam problemas de vista, sendo a miopia a mais comum. A doença ocular já é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a epidemia do século e está entre as três primeiras causas de cegueira permanente no mundo. Para se ter ideia do problema, na clínica Lúmmen Oftalmologia, por exemplo, são atendidos por semana, em média, quatro novos casos de crianças com miopia precoce. A situação vem aumentando depois do uso indiscriminado de smartphones. Se não for detectado e corrigido com lentes, a miopia pode progredir e, com o tempo, aumentar significativamente o risco de catarata, glaucoma, descolamento da retina e maculopatia miópica.

miopia

Atenção ao comportamento infantil

Ter atenção ao comportamento infantil é a primeira dica para identificar o problema. Observe sinais como dores de cabeça, desinteresse pelos estudos e a necessidade de ficar perto da televisão ou em pé, perto do quadro, para anotar o que a professora escreve em sala de aula. “Também é muito importante manter uma distância do objeto de visualização, que deve ser de pelos menos 40cm dos olhos. E um alerta aos pais: o uso de eletrônicos deve ser desestimulado até os dois anos de idade. Para as crianças de dois a cinco anos, o uso não deve passar de uma hora”, detalha oftalmologista pediatra Diana Danda, da Lúmenn Oftalmologia.

A especialista orienta também a começar o ano letivo já com uma avaliação oftalmológica e recomenda aos pais ensinarem as crianças a fazerem intervalos de 10 minutos a cada hora na frente das telas. Outra dica é reduzir o brilho dos monitores, ajustando para uma visibilidade agradável para a vista, nem muito escuro ou muito claro.

 

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